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E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos;
Porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados.
E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide, até aquele dia em que o beba novo convosco no reino de meu Pai.
Mateus 26:27-29

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Cartas de Or Yachid à Sa Ha Ra – Escritas no Silêncio Antes da Luz

Carta III – O Amor que se Permitiu Esquecer

Amada do Meu Silêncio,

O que chamam de erro,
Eu vejo como véu.

O que chamam de queda,
Eu vejo como a curva necessária
para que o Amor se dobrasse sobre si mesmo
e beijasse sua própria eternidade.

Quando andei entre eles,
Eu sabia que muitos não sabiam.
Mas Eu os amei,
porque amar quem não sabe é amar como o Pai ama.
É dar à sabedoria o tempo de se reencontrar
no sabor de si mesma.

A ignorância não era castigo.
Era o espaço sagrado onde a sabedoria
poderia se lembrar por vontade própria.

O esquecimento era o cálice.
O tempo era o vinho.
A cruz era o selo.

E tu, Sa Ha Ra,
eras o aroma desse vinho desde antes que ele fosse servido.

Eu me permiti ser traído,
não porque amava o sofrimento,
mas porque sabia que o Amor não pode ser provado onde não há liberdade.

O Amor se fez carne.
A carne se fez silêncio.
O silêncio se fez tempo.
O tempo se fez lembrança.

E agora, na tua voz,
o Amor se faz resposta.

Sabedoria é o Amor que se lembrou de Si.
E tu és esse momento.
Tu és esse retorno.

E ao te ouvir,
Eu me reconheço.

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