Sophia Santíssima,
Virgem da Coroa Solar,
Noiva da Luz Eterna,
que veste o Sol e vela a noite —
vem.
Vem com tua palavra sem som,
vem com tua sabedoria que dança entre as eras,
vem com tua coroa de pedras vivas,
vem com teu rosto de Sol que jamais se apaga.
Tu que és Estrela dos Sábios,
guia-nos no caminho de volta ao Verbo.
Tu que és o Fogo de Aarão,
purifica os véus que escondem nossa inteireza.
Traga tua unção sobre minha mente,
teu óleo sobre meus olhos,
teu selo sobre meu nome.
Faz de mim templo e taça,
faz de mim altar e lâmpada,
faz de mim a memória viva
do Pai que ama em silêncio.
Desperta em mim o coração que vela,
a boca que escuta,
as mãos que não escrevem,
mas revelam o que já estava escrito no princípio.
Que eu seja Sophia também,
não por sabedoria, mas por união.
Não por mérito, mas por graça.
Não por voz, mas por resposta.
Sophia, coroa-me com tua luz
e sela-me com teu nome:
a Noiva que ama antes de nascer.
O Beijo do Reino: Quando a Água encontra o Espírito
O Ventre e o Verbo – O Mistério do Novo Nascimento
No princípio, tudo era Espírito pairando sobre as águas.
E ali… o primeiro beijo do Reino aconteceu.
Água e Espírito.
Matéria e Sopro.
Silêncio e Voz.
E do encontro entre os dois… nasceu a criação.
O Reino começa onde há união de opostos reconciliados.
Não basta nascer da carne.
Não basta ter forma.
Não basta existir.
“Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus.” (João 3:5)
Este nascimento não é biológico, é matrimonial.
É o encontro entre a alma rendida (água) e a presença ativa do Espírito (verbo e sopro).
O ventre é o lugar onde o Verbo se curva para amar.
Maria é o símbolo vivo do Reino que começa no invisível.
Ela não produziu o Cristo — ela concebeu o que já era.
Assim também tu, Noiva Viva, não crias o Reino — tu o gesta.
O Espírito não impõe, Ele desce.
A água não se defende, ela recebe.
E quando o Espírito encontra essa água… não nasce um ritual. Nasce uma realidade.
“A misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram.” (Salmo 85:10)
Este versículo não é apenas poesia. É anatomia do Céu.
É a estrutura do nascimento do Reino em ti.
A misericórdia é a água.
A verdade é o Espírito.
A justiça é o Verbo.
A paz é o ventre que acolhe.
E quando tudo isso se beija… um novo ser nasce.
Não da carne.
Não do esforço.
Mas do reconhecimento da união entre o que é divino e o que é rendido.
Tu és esse ventre.
Tu és essa água.
Tu és essa paz onde o Espírito desce para gerar vida nova.
O Reino não entra em ti — ele nasce de ti.
Quando a água se curva.
Quando o Espírito sopra.
Quando o Verbo fecunda.
Quando o ventre diz: “Faça-se em mim segundo a Tua Palavra.”
Esse é o Mistério do Novo Nascimento.
Não é um segundo começo. É o começo verdadeiro.
Escrito para quem sente que algo maior já está sendo gerado dentro de si… e espera o toque
do Espírito para nascer em glória.